Quando falamos em Cavalos no Brasil, entre o abandono e o luxo, temos que ter em mente que o Bem-estar animal é a única saída para um país que ainda depende de seus “Parceiros Históricos
Abaixo, o Dr. Leonardo Garbois, referência em medicina equina, expõe paradoxos e propõe modelo ético baseado em ciência, tradição e saúde pública.
O vídeo de um cavalo sendo arrastado por um carro em Petrópolis (RJ) gerou comoção nacional e reacendeu o debate sobre maus-tratos, abandono e tração animal no Brasil.
Enquanto projetos de lei como o de Belo Horizonte propõem a proibição total da atividade, especialistas alertam: a solução não está na criminalização ampla, mas na aplicação de um modelo ético e responsável de manejo.
Para o médico-veterinário Dr. Leonardo Garbois, referência em bem-estar equino, “proibir a tração animal sem alternativa é ignorar uma realidade socioeconômica complexa e empurrar milhares de famílias e cavalos para o abandono e o sofrimento”.
O paradoxo dos números: luxo e miséria em um mesmo casco
• Mais de 1,2 milhão de brasileiros dependem diretamente da tração animal para sua subsistência — muitos na coleta de recicláveis.
• Em 45% dos municípios brasileiros, cavalos ainda são usados no transporte rural (IBGE).
• Enquanto isso, 23 mil cavalos são abandonados por ano, mesmo com o mercado de elite movimentando R$ 500 milhões anuais em leilões de raças puras — com um único garanhão sendo vendido por R$ 15 milhões em 2024.
• Um cavalo atleta vive em média 25 anos, com acesso a fisioterapia, odontologia e nutrição especializada. Um cavalo de carga, em contrapartida, mal alcança 8 anos, devido a sobrecargas e jornadas sem acompanhamento veterinário.
“Esses contrastes revelam uma crise moral. Não se trata de escolher entre o luxo e o lixo — mas de construir políticas públicas que garantam dignidade em todos os níveis”, explica Dr. Leonardo.
Por que a proibição total pode ser um tiro no casco?
A proibição irrestrita da tração animal tende a gerar consequências em cadeia:
• Aumento no abandono de cavalos urbanos, agravando os riscos de acidentes, zoonoses e infestações;
• Prejuízos econômicos e sociais para recicladores e carroceiros sem alternativas de renda imediata;
• Custos públicos com remoção e destinação dos animais — estimados em R$ 2.300 por animal abandonado, segundo órgãos de vigilância sanitária.
“Tratar a tração como crime é ignorar que, com cuidado veterinário, nutrição adequada e manejo ético, esses animais podem viver bem e contribuir socialmente”, defende o especialista.
Bem-estar animal como eixo para políticas inteligentes
Mais do que um tema de proteção, o bem-estar animal é um indicador de saúde pública, inclusão social e produtividade. Segundo o Dr. Leonardo, investir em acompanhamento técnico e capacitação dos tutores pode gerar benefícios sustentáveis para todos os envolvidos:
• Menos doenças, mais longevidade: um cavalo bem assistido custa menos ao sistema de saúde pública e vive mais.
• Mais renda, menos desigualdade: com suporte, famílias que trabalham com tração podem sair da informalidade.
• Mais segurança urbana: controle sanitário e logístico dos animais reduz riscos de acidentes e zoonoses.
O cavalo como elo entre tradição, terapia e cultura
• Na equoterapia, cavalos são co-terapeutas em tratamentos de autismo e paralisia cerebral.
• Em esportes equestres, são atletas de alto desempenho, exigindo equipes multidisciplinares.
• Na cultura popular, seguem presentes em romarias, festas rurais e no imaginário coletivo de um país que nasceu no lombo dos equinos.
“Precisamos parar de ver o cavalo como problema ou troféu — e reconhecer seu papel histórico, afetivo e produtivo”, afirma o veterinário.
O diferencial do especialista
Com 15 anos de atuação, Dr. Leonardo Garbois é um dos poucos profissionais com formação em acupuntura equina, odontologia animal, nutrição e manejo clínico. Atua como consultor em haras de elite, projetos sociais e cooperativas de recicladores — sempre com foco no bem-estar como fator de saúde pública e dignidade animal.
“O bem-estar do cavalo é o termômetro de uma sociedade justa. Quem entende disso, domina a equinocultura real”, conclui.
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Sobre Dr. Leonardo Garbois
Médico veterinário (CRMV-MG 13122), especialista em clínica e cirurgia equina, odontologia, acupuntura e nutrição. Consultor técnico de projetos, com foco em saúde, bem-estar animal e impacto social.
Vídeo citado no primeiro parágrafo

Gilberto Vieira de Sousa é Jornalista (MTB 0079103/SP), Técnico em Sistemas de TV Digital, Fotografo Amador, Radioamador, idealizador e administrador dos sites GibaNet.com e cotajuridica.com.br, Redator no Programa Lira em Pauta, Editor da Revista Konect Brazil e do site Assessoria Animal