Dieta balanceada nos primeiros meses é essencial para fortalecer o desenvolvimento físico e emocional dos filhotes recém-adotados
Adotar filhotes é um gesto de carinho que muda vidas — tanto a nossa quanto a deles. Mas para que esse novo amigo cresça forte, saudável e feliz, a alimentação adequada desde os primeiros dias é fundamental. Pensando nisso, a veterinária PhD Fernanda Machado Regazzi, referência em Neonatologia, Pediatria e Reprodução no Hospital Veterinário Taquaral (Campinas/SP), reuniu orientações valiosas para quem está começando essa jornada de amor e cuidado.
O conteúdo é completo e cheio de informações práticas sobre amamentação, introdução de ração, escolha dos melhores alimentos, frequência das refeições e até dicas de como perceber se está tudo bem com o desenvolvimento do novo companheiro.

Amamentação e introdução de alimentos
Nos primeiros dias, o leite — materno ou fórmula comercial específica — é o alimento exclusivo dos filhotes até a quarta semana de vida. Esse período respeita o desenvolvimento do sistema gastrointestinal, ainda imaturo para processar alimentos sólidos. “A introdução precoce pode causar má digestão, diarreias e desconforto abdominal”, alerta a Dra. Fernanda.
A partir da quarta semana de vida, tem início o processo de desmame gradual. O ideal é introduzir alimentos pastosos, como papinhas ou ração específica para filhotes, previamente umedecida com água morna ou com a própria fórmula láctea comercial específica para cães e gatos, até atingir uma consistência semelhante à de um mingau. Para facilitar a transição, a Dra. recomenda substituir inicialmente de duas a três mamadas diárias por essa nova alimentação, aumentando progressivamente a quantidade de refeições pastosas/ sólidas até completar o desmame.
A veterinária explica que cerca de uma semana após o início dessa adaptação, o mingau pode ser substituído por ração umedecida, e, entre a quinta e a sexta semana de vida, tanto cães quanto gatos já apresentam capacidade fisiológica para mastigar e ingerir alimentos sólidos – período em que os dentes decíduos incisivos, caninos e pré-molares normalmente já se encontram erupcionados. “É fundamental, no entanto, respeitar o ritmo individual de cada filhote, permitindo que a transição ocorra de maneira gradual e segura, conforme sua aceitação e desenvolvimento”, observa a especialista.

Frequência e forma de alimentar
Filhotes têm necessidades nutricionais especiais e precisam de refeições fracionadas ao longo do dia:
• Recém-nascidos (até 4 semanas): alimentação a cada 2 a 3 horas (somente leite).
• 1 a 3 meses: 5 a 6 refeições diárias com papinhas e ração de filhotes.
• 3 a 6 meses: 3 a 4 refeições por dia.
• Acima de 6 meses: 2 refeições diárias para cães e 4 a 5 para gatos.
É esperado que, no começo, os filhotes façam bagunça ao tentar comer — parte da diversão e aprendizado dessa fase tão especial!

Escolha da ração e introdução de petiscos
A veterinária recomenda optar por rações super premium específicas para filhotes, que garantem proteínas de alta qualidade, equilíbrio de cálcio e fósforo para ossos fortes, e ômega-3 para o desenvolvimento cerebral. Novos alimentos como petiscos podem ser introduzidos com moderação a partir dos dois meses de idade, nunca representando um percentual maior que 10% da quantidade total de alimento diário do filhote — sempre produtos próprios para filhotes, nunca alimentos humanos temperados. Segundo Fernanda, a oferta de frutas e legumes como petiscos é permitida, desde que os alimentos escolhidos sejam apropriados e seguros para as espécies canina e felina.

Atenção aos sinais do corpo
É importante observar a aceitação da comida, o comportamento após as refeições e a consistência das fezes. Fezes firmes indicam uma boa adaptação. Já sinais como diarreia, vômitos ou desconforto abdominal exigem atenção imediata e, muitas vezes, a consulta com um veterinário.

Suplementos e controle de peso
Na maioria dos casos, uma boa ração supre todas as necessidades nutricionais de um filhote saudável. Suplementos só devem ser usados sob orientação veterinária.
O controle da quantidade de alimento oferecido é fundamental: a porção diária recomendada está descrita na embalagem de cada ração, por isso, pesar as porções é uma forma eficaz de prevenir problemas de sobrepeso ou baixo ganho de peso. A veterinária lembra que outros fatores podem predispor alterações no ganho de peso/ obesidade, tais como fatores genéticos (raça), idade, castração, doenças endócrinas, medicamentos que aumentam o apetite (hiperfagia) e sedentarismo.
Deste modo, ressalta a Dra. Fernanda, o ganho de peso deve ser monitorado: cães devem dobrar o peso de nascimento entre 10 e 14 dias, enquanto gatos levam cerca de 14 dias para atingir esse marco. “Após essa fase, a taxa de crescimento dos filhotes passa a variar conforme fatores como raça, porte e sexo. Para verificar se o desenvolvimento está dentro do esperado, o veterinário utiliza escalas padronizadas de ganho de peso ao longo dos meses, baseadas em curvas de crescimento específicas para cada porte e sexo. Esse acompanhamento possibilita avaliar, nas consultas de rotina, se o filhote está atingindo os parâmetros ideais de crescimento”, frisa.
Além disso, o veterinário pode orientar o tutor a observar características físicas importantes, como a visibilidade das costelas. Costelas muito aparentes e com pouca cobertura de gordura podem indicar baixo peso, enquanto costelas não visíveis e de difícil palpação devido ao acúmulo de gordura subcutânea sugerem obesidade.

Hospital Veterinário Taquaral – Campinas SP
Youtube
Instagram: @hvtcampinass
Facebook
site
Endereço: Av. Heitor Penteado, 311, Taquaral (em frente ao portão 6 da Lagoa) – Campinas SP
Funcionamento: 24 horas, sete dias por semana
Telefones: (19) 3255-3899 / WhatsApp: (19) 99256-5500

Gilberto Vieira de Sousa é Jornalista (MTB 0079103/SP), Técnico em Sistemas de TV Digital, Fotografo Amador, Radioamador, idealizador e administrador dos sites GibaNet.com e cotajuridica.com.br, Redator no Programa Lira em Pauta, Editor da Revista Konect Brazil e do site Assessoria Animal